The Who e os 53 anos de espera mais bem recompensados
Matheus Lima
24 Setembro 2017 | 00h20
The Who no Rock in Rio. (Imagem: I Hate Flash)
53 anos. Esse foi o tempo que demorou para que os caras do The Who chegassem ao país. Formada em 1964, a primeira apresentação da banda por aqui aconteceu um pouco antes do Rock in Rio, em São Paulo, na quinta-feira (21).
Gigantes do rock and roll, a banda liderada pelo vocalista Roger Daltrey, de 73 anos, fez uma apresentação intensa. Logo de cara, Pete Townshend, o guitarrista, já chegou mostrando o quão energética seria a apresentação. "Vai ser uma grande noite, vocês vão voltar para casa em pedaços". Dito e feito.
Com onze discos na bagagem e 53 anos de estrada, teve material suficiente para que o público sentisse toda a fúria dos veteranos em cerca de uma hora e quarenta de show. Álbuns icônicos como "Tommy" (1969), "Who's Next" (1971) e "Quadrophenia" (1973)", tomaram conta do setlist que reuniu o melhor do The Who em todos esses longos anos. Mesmo que com três músicas a menos que em São Paulo ("The Seeker", "Eminence Front" e "The Rock"), o público se esbaldou com dezenove faixas executadas ao longo da noite.
Com alguns históricos de atritos entre Pete Townshend e Roger Daltrey, a relação dos dois naquele momento parecia boa, estabelecendo um clima leve e despojado em cima do palco.
A escorregada em "Behind Blue Eyes" não ofuscou o brilho da apresentação, que contou com mais uma pequena falha. Aos risos, Townshemd diz após "The Bargain": "Toquei a música inteira no tom errado."
Antes da performance de "My Generation", uma das músicas mais emblemáticas dos britânicos, de 1965, Pete diz: "Alguns de vocês nem tinham nascido quando fizemos essa música". A canção era celebrada por todas as gerações presentes na Cidade do Rock.
A idade definitivamente não é uma limitação para a banda de 1964. Levaram o público na mão até o último momento. Foram os anos de espera mais bem recompensados da vida de muitos os que puderam prestigiar e viver cada segundo daquele digno espetáculo dos gigantes do rock and roll.
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