Um fã apaixonado, com quatro shows na bagagem e cheio de histórias
Red Hot Chili Peppers no Rock in Rio 2019 / I Hate Flash
Por Felipe Batimanza (@fbatimanza), convidado especial.
Ir a um festival é sempre um momento único, ainda mais quando a sua banda preferida está escalada para tocar. Hoje eu vou contar um pouco das minhas experiências por quatro apresentações da banda mais importante da minha vida, Red Hot Chili Peppers.
Gaúcho, fã desde pequeno, sempre escutando as fitas, cd’s, dvd’s, comprando encartes, revistas e ficando horas vidrado na frente da televisão esperando os clipes passarem na clássica e lendária MTV.
Mesmo achando que todo aquele universo era muito distante da minha realidade na época, sempre me imaginei em como deveria ser absurda a oportunidade de assistir os caras ao vivo e a cores. E não é que as forças conspiraram ao meu favor? A minha hora chegou.
O tempo passou, cresci e apareceu a primeira chance. Foi com o Festival Circuito Banco do Brasil, no Rio, em 2013, que o sonho se tornava realidade. Naquela edição, os Chili Peppers seriam atração principal e eu pensei: "É agora!". Resolvi me jogar de Porto Alegre para lá, um dos primeiros festivais que fui fora do meu estado e a primeira vez que tive a oportunidade de vê-los bem na minha frente.
Uma aventura empolgante, que superou todas as minhas expectativas. Não apenas o show, mas a experiência em si da viagem, do festival, das pessoas em êxtase. Uma mistura de felicidade com realização — ainda mais por ter ouvido alguns sucessos dos discos Blood Sugar Sex Magik e do (até então novo) I’m With You. Aquele Felipe, que assistia os clipes pela MTV, estava realizando um sonho.
Os anos se passaram e a vontade de se jogar em mais uma turnê dos rapazes só aumentava. O jogo virou em 2017, quando o Rock in Rio anunciou os Peppers como atração principal do Palco Mundo na noite do dia 24 de setembro, encerramento. Não pensei duas vezes, ainda mais por se tratar de um festival histórico e do tamanho que eles mereciam.
Como já faziam muitos anos, a expectativa para entrada deles no palco rolou como se fosse a primeira vez. Detalhe que deu para curtir, mais uma vez, algumas músicas do consagrado Blood Sugar Sex Magik, disco que estava completando 26 anos naquela noite.
Era hora de voltar para casa com uma bagagem lotada de boas lembranças. Foi ai que, ainda no aeroporto, sai o boato na internet de que o Lollapalooza estaria tentando fechar com os californianos para a próxima edição. E foi o que aconteceu, de uma maneira inacreditável. Red Hot Chili Peppers in the house — again.
Até o momento, o show no palco festival foi o melhor de todos pelos quais eu já passei. Setlist ótimo e a energia da banda e do público lá em cima. Tudo deu muito certo. Rolou até homenagem do Josh ao Brasil com a execução de Menina Mulher da Pele Preta, do mestre Jorge Benjor. De longe, um dos momentos mais marcantes daquela noite.
A partir daí, já estava tomada a decisão de que todas as vezes que eles pisassem em solo brasileiro, eu faria de tudo para estar presente. Um ano mais tarde, a Cidade Maravilhosa entrava na rota da turnê. Mais um Rock in Rio para conta, edição de 2019.
O setlist foi bem variado, com músicas não tocadas em apresentações anteriores, como Hey e Soul To Squeeze, que diga-se de passagem são sensacionais. De quebra, pudemos ouvir algumas do álbum The Getaway, lançado em junho daquele ano, incluindo Go Robot e Dark Necessities.
A cereja do bolo para um fã como eu, foi ter visto de perto o Anthony e o Chad no hotel onde eles estavam hospedados, por mais que eles não tenham parado, já valeu só o fato de ter chegado perto dos caras, inclusive rendeu um registro pessoal.
Na hora em que o palco escurece e o show está prestes a começar, um saxofone aparece ao fundo, rola a primeira batida na bateira do Chad, o solo da banda e o Anthony entra pulando em Can't Stop. Tudo aquilo vai acontecendo bem na sua frente e a ficha vai começando a cair. Sensação única!
Frusciante is back again
E quando a gente achava que não poderia melhorar, o retorno de John. Que presente aos fãs, que agora aguardam ansiosamente por um disco novo e uma volta ao nosso país. Quem já foi, tenho certeza de que irá novamente e quem ainda não conseguiu ir, já pensou começar assistindo com o Frusciante na guitarra?
Uma dica que eu dou: na dúvida se joguem, se organizem, façam de tudo para viver experiências assim, nada paga. Se joguem nos festivais, nos shows das suas bandas preferidas, não percam tempo mais, não deixem para depois.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete necessariamente a opinião do On Backstage.
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