Um momento único, forte e necessário
Matheus Lima
03 Outubro 2019 | 17h00
Francisco el Hombre e Monsieur no Palco Sunset. (Imagem: I Hate Flash)
O Palco Sunset pegou fogo neste quarto dia de Rock in Rio com a fusão poderosa entre Brasil, Colômbia e México. Catalina García, vocalista do grupo colombiano Monsieur Periné, chegou conquistando o público com “Buenas tardes, Rio”, em bom castelhano.
“Nós somos da Colômbia, uma nação irmã do Brasil, do povo brasileiro. E compartilhamos muitas histórias, nossa cultura, nossa mistura e, também, a nossa luta. E hoje aqui nós vamos unir nossas vozes para semear uma mensagem de amor, de unidade, de paz. Porque todo o mundo está louco e não existe nenhum governo mais importante que a vida. Pela nossa terra, pela nossa floresta, pelos nossos rios", disse Catalina em um dos primeiros atos políticos, em defesa ao meio ambiente.
Francisco el Hombre apimentou ainda mais a apresentação com suas percussões explosivas e latinidade à flor da pele.
Em meio a situação caótica em que se encontra a política, a apresentação gerou fortes discursos em defesa ao meio ambiente, as mulheres e contra o presidente Jair Bolsonaro. No telão, imagens da ex-Presidente Dilma Rousseff, de Marielle Franco, Ágatha Félix, morta em setembro no Rio de Janeiro, apareceram durante a performance de “Triste, Louca”, que contou ainda com um discurso de Juliana Strassacapa, vocalista da Francisco el Hombre. O momento gerou gritos de euforia da plateia.
Em certo momento, os músicos fizeram o público pular aos gritos de "Pulando, pulando, quem não pula é miliciano".
O público, que vibrava a cada frase dita no palco, entoou o coro “ei Bolsonaro, vai tomar no c*”. "Eu espero que o Bolsonaro tome no c*, porque tomar no c* é uma delícia. E se ele tomar no c*, talvez menos gente vai sofrer e vai ser morta", respondeu Mateo Piracés-Ugarte.
Um momento único, forte e necessário. De longe, um dos encontros mais marcantes da oitava edição do Rock in Rio.
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